MAL-DE-AMOR

MAL-DE-AMOR

Depois de misantrópicos desterros,

Volta de coração e olhos abertos

O amador a atravessar bairros desertos

Enquanto vai cantando a lua aos berros.

Grita não confessar nem posto a ferros

A secreta verdade dos espertos:

Saber mais importante que os acertos,

Viver a vida em todos os seus erros!

De coração é quanto tem em mente

Visto que amar não mais basta ao amador

E sim amar a dor que finge e sente.

Escolhe experienciar com todo ardor,

Sob pena de sofrer amargamente,

Dos males o maior, o mal-de-amor.

Belo Horizonte – 13 02 1996