Sonetos Diversos 3
Amarga lembrança que não me deixa...
Salivando ferozmente, latindo, latindo!
Debruçando-se na relva e como queixa,
Dilacera a vida que dantes ia partindo.
Dilacera mordendo, mordendo, mordendo...
Que nem sangria cortada, jugular rompida,
Meus ossos em moenda, dentes moendo...
Será que a vida de solidão deixaria ferida?
Soltar-mi-ei para sempre da fatal fera!
Que a solidão em mim se tornou, cativa.
Nem mesmo entre severas dores, já era?
Que o dissabor de navegar na vida fizera:
Solitário ser deixado às traças ardidas,
Não vendo a hora de libertar-se, a espera!
Amarga lembrança que não me deixa...
Salivando ferozmente, latindo, latindo!
Debruçando-se na relva e como queixa,
Dilacera a vida que dantes ia partindo.
Dilacera mordendo, mordendo, mordendo...
Que nem sangria cortada, jugular rompida,
Meus ossos em moenda, dentes moendo...
Será que a vida de solidão deixaria ferida?
Soltar-me-ei para sempre da fatal fera!
Que a solidão em mim se tornou, austera
Nem mesmo entre severas dores, que era?
Que o dissabor de navegar na vida fizera:
Solitário ser, deixado às traças ardidas,
Não vendo a hora de libertar-se, a espera!
Lembro-me da vontade de te amar
Lembro-me quando cheirava a flor
Lembro-me do seu perfume o odor
Lembro-me do teu sorriso a suspirar
Ainda lembro-me dos momentos juntos
Lembro-me da ânsia do meu coração
Lembro-me do beijo que prezei, e muitos
Ainda lembro-me da vida e da emoção
Então vem o vazio, que tira minha alma
Quando me lembro que me disseste: não
Lembro-me de ter perdido a minha calma
Então vejo que a alegria era uma ilusão
Quando o vazio ressurge como que salva
Lembro-me, o que eu queria era maldição