SILOGÍSTICO

SILOGÍSTICO

Outro amor que finda antes de iniciar,

Tem nada mais que o fim como premissa.

Tal como o archote cujo ardor se atiça

Apenas para logo se apagar.

Já caídos, porém, por mal-de-amar,

Não deixamos de medo e até preguiça...

Onde o en'amoro que em vão se desperdiça

Qual tesouro no fundo d'algum mar.

Se o nosso amor carece de futuro

Tanto quanto lamenta do passado,

Não parece estar n'ele o que procuro.

Ainda assim, sem lógica ou verdade,

Conclui-se ao silogístico enuciado

Ter n'outro lugar-comum felicidade!...

Belo Horizonte - 02 06 1996