ESTAÇÃO DAS ÁGUAS

ESTAÇÃO DAS ÁGUAS

N’uma noite qualquer de primavera,

Tanajuras revoando pelos ares

Anunciam as chuvas por tornares

À terra que mais úmida se houvera.

Tu desde criança sabes que, de vera,

O voo d’aquelas rainhas invulgares

Espalhadas por todos os lugares

Tem um quê de alegria e de quimera.

Hoje, enxames de içás em profusão

Vêm me desanuviar o coração

Enquanto à brisa tépida te inspiras.

Leva contigo as minhas fantasias

E as lembranças de criança que querias

Conhecer tal-e-qual um dia ouviras.

Sobrália – 10 11 2008