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SONETILHO DO NOTURNO [720]
 
 

O luar mergulha de gume
no telhado da madrugada,
ao passo que já-já me arrume
e n’alma me surja alvorada.
 

Há de um lirismo clarinada,
ternura que me dá mais lume
e, no céu da noite estrelada,
rescende d’amor um perfume.
 

O noturno me ferve tanto,
que de frisson e alumbramento
se me encurrala o teu encanto.
 

E ao ler-te em astros cintilantes,
deusa de um luar alvacento,
tu és os meus ais suplicantes.
 

Fort., 09/11/2016.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 09/11/2016
Reeditado em 09/11/2016
Código do texto: T5818110
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