ROLA-MOÇA

ROLA-MOÇA

panorama

Mas de que maravilha estão falando?

Não por acaso nunca vimos ter

Com verdades passadas, a saber:

A questão já nem mais é quanto, é quando!

Pássaros que revoam longe em bando,

Enquanto olhos insistem só em ver...

Qual claridade buscas conhecer

Na névoa muito além se dissipando?

Pensa n’isso como se um desabafo

Ainda que tardio, qual tatuado

Em poesia que à flor da pele grafo.

É bem verdade que essa vista acalma.

Mesmo porque os abismos têm ecoado

A história antepassando por minh’alma.

* * *

toponímia

Os prosaicos versos andradinos

D’aquela afamada vinda a Minas

Passam ora por minhas retinas

À luz de nossos tão tristes destinos.

Com efeito, tal-qual dois peregrinos

Subimos e descemos as colinas

Até que em meio às névoas matutinas

Nos surpreendera o sol nos picos finos.

A moça a rolar pela pirambeira

E o noivo que a seguiu na galopeira

Somos nós dois agora-aqui sozinhos.

Na fé de que também um grande amor

De vida, morte, encanto, sonho e dor

Encontra-e-desencontra-nos caminhos...

Brumadinho – 06 02 2006