Soneto à beira rio
Fugi de mim, fugi por terra
Cortei meus laços decorados
Na memória negra inconsciente
De um imaturo adolescente.
Corri de mim, corri pela grama
Furou-me os pés as lindas pedras
Continuei a correr e o suor ardeu meu olhar
Parei, já é hora de voltar ao lar!
Cheguei a mim, cheguei a mim no sofá
Perguntei, respondi e refleti
Deveria ter refletido e me calar!
Dormi comigo, dormi comigo no orvalho do jardim
Estava frio, ferozmente, tão frio
Mas amanhã, banharei-me à beira rio!