Mulher de malandro
S' és mulher de malandro, eu sou a ti
O malandro que não bate, te afaga
Muito mais que antes, quando, pois, parti
Já era, não tem jeito e tu me indagas:
"Será que eu vivo sem ti e os teus versos?"
"Mas aquelas palavras ainda são,
De desejos por mim co' amor imerso
No jardim que guardava o coração?"
Onde foi que escondeste a tua vergonha?
Lembras, malandro aprendeu o sambar
Não foi páreo ao gingado a sua peçonha,
Do poeta que sabia o quê do existir.
Malandro sabe a vida, sabe amar
Pensa bem, o melhor é desistir...