...das finalidades d’osso

Nalgum osso da palavra colosso...

Leve lágrima do esqueleto com tosse,

Arrimo de cova, de ócio e de posse,

Fazendo firulas na fundura do fosso.

Eis que de repente, musa-sem-cabeça,

Almas penadas da Arábia Saudita...

Canto incomum duma serpe maldita,

Nesse meio nem sombras da condessa.

Mas, asas banais dum anjo pálido...

Em voo circular pelo deserto cálido,

Onde abutres têm banquete-de-osso.

Às claras, nem tudo é tão obscuro,

Nessa onda hedonista vive Epicuro...

Lógico que o osso é duro seu moço!

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Grande FCunha vossa usina é algo fora de série! Qualquer dia inda adentro na vossa fornalha poética. Rsrs! Fique à vontade fera, e sempre minha gratidão por sua força expressiva no ato do sonetar deixado por cá, então deixemos no meio da praça para o polvo curtir. Valeu Fernando!!!

ESTRANHO MOCOTÓ

Dentro da panelada boia o osso,

Retirado do corpo descarnado,

Osso cosido branco nacarado,

Pálido, lívido totalmente insosso.

Tal prato lúgubre não será colosso,

Se posto sem o sal determinado,

Prato que tem sabor inesperado,

Para quem bebe no fundo do poço.

O osso, que estranho, que destroço,

Sem âmago, sem entranhas, sem caroço,

Iguaria bem servida na tigela.

Formando um medonho caldo grosso,

A escorrer até o fim do fosso,

Quando mexido dentro da panela.

Poeta Gilberto, amigo, em pleno carnaval, comendo Mocotó com cachaça Jureminha, quando li teu soneto. Não me aguentei, segui o teu tema, sem ter, claro! A mesma, Perícia, grande abraço de quarta-feira de cinzas, fernando cunha lima. 01-03-2017.

Gilberto Oliveira
Enviado por Gilberto Oliveira em 05/11/2016
Reeditado em 02/03/2017
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