NO SILÊNCIO DO VERBO

Na aurora-cega do verso em jejum, amanhecido
Ele continua nas trincheiras, entre os flancos
Peleja combalido, como um centauro manco 
Que depois de feroz-sangria... Segue destemido

Não se julga grande, vitorioso, e sim estarrecido!
Pelas visões e portais que lhes são tantos...
Causando-lhe inquietudes e matutinos prantos
Pois o desafio é maior que um dragão enfurecido

Sabe que jamais findará...  Esta guerra abstrata
Que no seu intelecto é um turbilhão constante:
- Quantos anjos de barro e  demônios de prata! - 

Vozes de anciãos ou gemidos de criança distante
Ecoando nas entranhas desta humanidade ingrata;
De quem a cólera aniquila... A todo sonho infante!

( Manaus-Am. Nov/2016 - © By Fábio Ribeiro )