FINADOS

FINADOS

Já recolhido ao quarto de dormir

Aguardo o sono vir com outro sonho.

Considero 'inda o tempo que disponho

Entre as luas d'agora e as do porvir.

Meus olhos se ressentem de insistir

Em antever na noite algo bisonho:

Quando da juriti o roar tristonho

Através dos sertões se faz ouvir.

A hora passa sem qu'eu nem me aperceba...

Não importa o que dê ou que receba

O amor não era mesmo para ser...

E o sono traga o sonho simplesmente

Sem pensar no que venha pela frente

Permita tão-somente eu me esquecer.

Sobrália - 02 11 2010