A JANELA
No pano envelhecido da cortina,
Um feixe luminoso me aparece;
Pela fresta da nuvem ele desce,
Bem em cima de mim se descortina.
Que paisagem é essa que se oferece,
Pela minha fatigada retina?
Será outra distração que me alucina
Ou a resposta Divina a minha prece?
Já fazia três noites qu'eu não dormia,
Pedindo para que a virgem Maria,
Me mostrasse outra vida; e não aquela.
Foi então que retirando do meu olho,
A trave que atravancava o ferrolho,
Ela me fez abrir esta janela.