Soneto dos lábios com espinhos
No calor sufocante da escuridão
Vejo minha alma apagada
Do canto vem a escravidão
Luz é minha vida calada
Sofro nas sombras das esquinas
Incensantes são meus pensamentos
Que tocam a cada instante a rima
Mas não levam fora os tormentos
Costuro meus lábios com espinhos
Escorre o sangue aprisionado pelo corpo
Em liberdade roja à seus caminhos
Me pergunto se ainda vivo
Não reconheço este lugar
Mas pareço nunca acordar.