A PRÓPRIA MORTE...
Que tristes estes teus olhos que ora vejo,
perdidos na neblina da amargura;
vazios, tão distantes, sem desejos;
parecem até uma noite muito escura!
Que abismos que os teus olhos, sem vicejos,
retratam na tristeza, qual loucura;
parecem relembrar meus longos beijos
tão doces, orvalhados de candura!!!
Sequer uma luz bem ínfima existe
em cada um dos olhos teus, tão tristes,
e digo-te, talvez eu não suporte...
... Olhar-te, assim, no ermo sem limite,
e digo-te ainda mais, se me permites:
Eu vejo em teu olhar a própria morte!
Arão Filho
São José de Ribamar-MA, 31.out.2016.