Soneto de recado

Eu já gastei muito papel contigo

muito fosfato e muita caneta

tenho me fingido até de poeta

pois pra te ter o que for preciso eu digo.

A compor versos eu prossigo

e todos eles te tem como meta

pra te agradar a rima sai completa

mas por enquanto só me dás castigo.

Vou insistindo neste percalço

gastando meus sapatos, ou descalço,

caminhando pro último terceto.

Me resta, assim, dar o meu recado

se não o leres, pondo-o de lado,

nunca mais te farei outro soneto.

Josérobertopalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 31/10/2016
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