À MERCÊ DO TEMPO

Queiramos ou não isso aconteça,

O Tempo nos leva a sã mocidade

E faz vulneráveis nossas cabeças

Aos lapsos oriundos da idade.

E por mais lastimável nos pareça

A chegada da tal senilidade,

Antes que o Tempo nos enlouqueça

Aceitemo-la com sobriedade.

Encaremo-la sem medo da sorte

De envelhecermos jovens e saudáveis

Antes que cedo nos chegue a morte.

E se cedo a morte não nos buscar,

Que nos sejam ao menos suportáveis

Os males senis que hão de chegar.