Saído

Solto o verso ausente, o não lido,

quero varrido o que a mente não sente,

Diletante a querer fazer ruído,

Atiça ouvido e visão, crente

que mente ao mostrar-se dorido.

Sem adido e comigo tão rente,

Bem recente inventou-se saído,

já nem duvido que passe em minha frente.

Minha cria, tão guardado em gaveta,

Se sujeita, bem garrido, a fluir,

E eu aqui, que o tirei da sarjeta

Assisto na espreita se é capaz de fugir.

À pedir por sua sorte, sua vitória

eu o fiz, mas sei, é dele a glória.

Joserobertopalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 29/10/2016
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