Desde o começo

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Escondo a razão num meu ato demente.

Sou a própria dor que minh'alma sente.

Serenar, serenatas... Isso nunca pôs,

Às claras, o amor deixado para depois.

Aonde vai meu querer devagar deâmbulo?

Divagar em uníssono é obra finda?

Se a vida é texto, quero um preâmbulo

Irrestrito, com final melhor ainda.

Entre o fim e o que principia, reconheço,

Há engasgos, fúteis palavras de enxerto...

Mas a vida, a plena, é, desde o começo,

Sem rebocos desbotados - é sem pretexto.

Espere-me o retornar da laminar serenidade.

A insanidade não é reflexo puro da vaidade.

Nijair Araújo Pinto

Crato-CE, 01/11/06

01h50min

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