A via poética
 
Há muito que o verso é pouco
Porquanto se sinta à parte
Ainda mais se nessa arte
Finja um sentimento morto
 
As estrofes não perdoam
Os desvios não disfarçam
Palavras exprimem marcas
Dos pensares que as povoam
 
As sinceridades traçam
Independências que ecoam
Nas vontades que amordaçam
 
E os dedos logo embarcam
Nas ordens que o peito entoa
Sem medo de outras trapaças