Foi um cheiro do céu

Foi um cheiro do céu

Dar-me-ei inteiramente ao teu amor

Tu, dar-te-ás ao meu desejo atreito

Porque amor, separar não teve jeito

O desejo de querer, criou a dor !

No intento estreito do vil destino

Dar-nos-emos satisfeitos, saber

Que num e noutro o âmago de viver

Consiste num amor de peregrino

Foi um cheiro do céu que evaporou

Deixando, porém, toda sua essência

Até quase final d’extinta existência

Inda se sente o olor inebriante

Da coisa mais linda, o teu semblante.

Pena amor, que o sonhou terminou !”

São Paulo, 17/10/2016 (data da criação)

Armando A. C. Garcia

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