O pranto não suplanta a dor

Por mais que eleve o pranto ao infinito,

eu não suplanto a minha enorme dor;

coração num compasso sofredor,

batendo em baque surdo e esquisito

enquanto a dor corrói o meu viver...

Coração forte, bate devagar

e bem cadenciado, sem parar,

porém me prega peças no bater.

O peito explode em frêmitos febris,

eu sinto a têmpora se dilatar,

o corpo arder e a pressão subir.

Porém eu creio: em nada que se diz

num triste canto o amor possa expressar,

a minha imensa dor possa exprimir.