O ser poeta!
O ser poeta as vezes pesa tanto!
A sensibilidade vira um fardo!
A inspiração só causa desencanto,
Deixando dentro d’alma um gosto amargo...
A musa, as vezes, vira um saltimbanco!
O coração galopa, retardado,
Em busca de um consolo, um acalanto
Parando, as vezes, sem qualquer resguardo.
Procuro não expor os meus cansaços;
Vivo esfolado dos diversos tombos,
Ferido por centenas de estilhaços...
Vou caminhando sobre esses escombros;
A tristeza da vida nos meus braços,
A miséria do mundo nos meus ombros.