os bichos também é gente

Os bichos também é gente

Por quantas vezes eu chorei agoniado

E sem forças eu não tive nem ação

Por tantas vezes avistei o meu sertão

Sem ramagens, sem folhas, desfolhado.

Tantas vezes o lamento do meu gado

A berrarem como quem faz oração

Chorando os seus mortos pelo chão

Cercados de urubus por todo lado

Quantas vezes, tristeza magoa e dor.

Ao sentir a sequidão trazendo horror

Quantas vezes o calar dá passarada

Sem ter forças pra fazer sua cantoria

Quantas vezes eu vou chorar em poesia

As angustias desta gente desolada.

Diosmam Avelino- 22-10-2016

DIOSMAM AVELINO
Enviado por DIOSMAM AVELINO em 25/10/2016
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