O PECADOR

O PECADOR

Têm meus olhos a exacta e vã medida

Da extensão da maldade que há no mundo.

Executei-e-sofri o mal, fecundo

Foi seu lavrar por toda a minha vida

Anos de mocidade à inadvertida

Experimentação do que é imundo!

Busquei sempre prazer, poço sem fundo,

Atrás d'uma beleza corrompida...

A esconder-me do bem, relativizo.

Até que se me impôs, sem prévio aviso,

A minha volta triste e maltrapilho.

Mas espero, por fim, não por meu mérito,

Sim pelo amor d'Aquele cujo inquérito,

Far-me-á, embora pródigo, seu filho.

Betim - 02 11 2008