SEGUNDA DECADÊNCIA

SEGUNDA DECADÊNCIA

D'entre os famosos ditos de Pombal,

A caricatura há d'um desvalido

Que -- déspota sim, mas esclarecido! --

Perde com seus ideais o ardor jovial.

Banhado a ouro, elevara Portugal

A um fausto jamais antes conhecido

No teatro das nações, com descabido

Orgulho fátuo face ao viés final.

A figura que criara ele, entretanto,

Mesmo falsa e despida já de encanto,

Povoou as mentes nobres ao saber.

Por ironia, ao fim quedou por ser

Ele próprio, à Nação em opulência,

Cavalheiro em segunda decadência!

Betim – 21 10 2005