COITA D’AMOR

COITA D’AMOR

Quando eu morrer d’amor, serei em paz.

Afinal, o pior pode acontecer...

E, se acontece, que há-de se fazer?

Resta apenas perder-me mais e mais.

Paixão... Enquanto o corpo ama a alma, jaz...

Aliás, o melhor jeito de morrer:

Qual pródigo, fortunas desfazer

Com boas companhias muito más...

Amar! Amar! Amar! Amar! Amar!

Esgotar-me em libido pelo sêmen

E espantar àquela que todos temem.

Mas se nem assim o amor eu despistar

-- Pós-coito, ânimo triste... -- Eu me esvazio

Em vão n’esse meu gozo mais vadio.

Belo Horizonte – 27 09 2005