MELANCOLIA

Quando eu canto, ouço um lamento...

Padrão, tipicamente melancólico,

Chego mesmo a parecer um alcoólico,

Composto d'um etílico fermento.

Olho para o meu próprio crescimento...

Com estranheza, d'um lugar bucólico,

E me despedaço num ato simbólico

E me desespero neste - meu - rebento.

Falta-me metafísica, e eu busco...

E tento vê-la neste meu ser lacônico,

E, em lampejos, a encontro, qual um mistério.

Perco-a de vista, como um icônico...

Astigmatismo congênito e brusco,

Que transforma-me, de novo, em funéreo.