Um soneto estranho
Um branco morto num cinza vivo
Cores mortas vejo e respiro
Cada um que passa torna o meu dia mais ativo
Cores caladas num breve suspiro.
Manchas na parede com tinta azul
Vermelho-rei talvez há de florescer
Possamos ver a silhueta de um corpo nu
Admirável sol somente solto no amanhecer.
O que é temido por mim e por ti
Seres rastejantes e talvez venenosos
Cores mórbidas num silêncio claro.
O desconforto nos mantém aqui
Amedrontados e possivelmente orgulhosos
Das cores vivas num ambiente sem amparo.