EN'AMORO
EN'AMORO
Não sei o que dizer d’aquele amor.
Confesso que errei, sem pesar ou espanto,
Embora reconheça a querer tanto,
Mesmo com o presente dissabor.
Só mas sábio, não tenho mais ardor:
Despido de ilusões, qualquer encanto
Antes se referia a mim. No entanto,
Minha contradição devo ora expor:
Se me arrependo em ter amado? Sim!
E não... Já por estúpido me tomem
Visto eu mesmo me pôr contrário a mim.
Mas, em tal incoerência, vejo-me homem.
Pois eu a amo apesar do triste fim
E d'estas emoções que me consomem.
Betim – 13 02 2006