PARADOXO
Se acaso, minha amada, de repente,
A sua ausência triste se findasse,
E para sempre, inesperadamente,
O abismo da distância terminasse;
Se você viesse, amor, e me currasse
A dor dessa saudade deprimente;
E, num beijo ardente demonstrasse,
O amor que ora tenho por descrente;
Ah, se você viesse, amada ausente,
Eu ficaria alegre... Tão contente,
Que você nem consegue imaginar...
E, então, eu juntaria os meus pedaços,
E me esconderia nos seus braços,
Podendo tão somente soluçar...