MAREJADOS
MAREJADOS
Súbitos subterfúgios ora me ocorrem,
Após tocar os céus na noite escura
Feliz d’haver chegado àquela altura,
Eu tenho os olhos cheios de sóis que morrem...
Mananciais como lágrimas escorrem
O eterno marejar na rocha dura.
Verta nas lajes águas de luz pura
E das fendas, cachoeiras frias jorrem!
À jusante, um poço amplo e raso alaga
Onde se dessedentam os rebanhos
E seixos reluzindo bem castanhos.
A trilha de meus passos já se apaga,
Mas a luz d’estes altos encantados
Permaneça em meus olhos marejados...
Santana do Riacho - 12 12 2010