Taça de veneno
Prossegue o teu caminho! Segue adiante,
que a vida não tem volta, nem reprise,
por mais que a tua dor te barbarize,
e vinque, sem piedade, o teu semblante.
Apanha a taça e bebe um bom frisante,
o padecer, talvez, ele amortize,
e possas superar o horror da crise,
mortal ressentimento, em ti reinante.
E não repetem, não, os bons momentos,
e nem os dias tristes, morrinhentos,
pois tudo, em si, se esvai, sem um aceno.
Prossegue, então. Procura outra quimera,
que sempre está adiante e à tua espera
com uma nova taça de veneno.
Brasília, 21 de Outubro de 2016.
Caixa de Pandora, pg. 55
Prossegue o teu caminho! Segue adiante,
que a vida não tem volta, nem reprise,
por mais que a tua dor te barbarize,
e vinque, sem piedade, o teu semblante.
Apanha a taça e bebe um bom frisante,
o padecer, talvez, ele amortize,
e possas superar o horror da crise,
mortal ressentimento, em ti reinante.
E não repetem, não, os bons momentos,
e nem os dias tristes, morrinhentos,
pois tudo, em si, se esvai, sem um aceno.
Prossegue, então. Procura outra quimera,
que sempre está adiante e à tua espera
com uma nova taça de veneno.
Brasília, 21 de Outubro de 2016.
Caixa de Pandora, pg. 55