A Madrugada
Há noites em que me entorpeço buscando a lua
E quando branca surge ela clareando-me o rosto
Anseio compreender, desvendar o seu gosto
Na madrugada fina, infinitamente linda e nua.
Ai! De estrelas que cintilam suaves
E sob o céu, as cadentes são aves
Noturnas que se ostentam em riscos
Talhando o céu com dourados rabiscos
A imensidão é som, é suspiro conciso
De um coração que enlevado te sente
Sob o céu negresco, tablado, dormente
Me silencio, me excedo celeste a admirar
E as estrelas que flamejam e faíscam contentes
Sobre mim são olhos bentos e sacros a abençoar.