UNS MIL CACOS
UNS MIL CACOS
Cacos de vidro brilham pela rua,
Inundados co’a luz do sol nascente.
Imagem da alegria reluzente,
Que minha pena agora perpetua.
Excessos de quem Baco bem cultua
Ou lamentos a Vênus tão-somente?...
Mais à noite passada se acrescente,
Quando tantos e tantas são de lua!
Os restos d’uma arruaça desvairada
Se espalham na sarjeta junto à guia,
Lembrando as peripécias da folia.
E, enfim, os companheiros de jornada
Se submetem co’a força dos já fracos,
Vendo o sol fragmentar-se n’uns mil cacos.
Betim - 21 05 2012