OBREIRO DE PALAVRAS

Por “repto vivo” de Joaquim Pessoa

Vivemos neste mundo agreste como loucos

À procura da intriga e da vil satisfação,

Olhar pro seu umbigo é pura presunção

E é muito grande a obra e os obreiros poucos.

Sim, aos poetas obreiros, cabem-lhe os caboucos

Mas nem sempre com ferramentas de razão

Pois que, pela fraqueza da sua condição,

As palavras esbarram em ouvidos moucos.

É dura a terra que lhes dão e tem espinhos

E as aves agoirentas raptam as sementes

E mesmo que suas margens sejam convergentes

Tornar-se-ão traiçoeiros todos os caminhos…

“Trabalhador de palavras”, disse em profecia,

Agitando o meu sereno amor e o meu brio

Ficando ao meu cuidado um forte desafio

De ser, a exemplo dele, uma voz da Poesia.

Grato, ó ilustre amigo e poeta, Joaquim Pessoa

Tomara que a tua Musa me esvoace à proa!

Frassino Machado

In JANELAS DA ALMA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 11/10/2016
Reeditado em 12/10/2016
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