Soneto à saudade
Se te amei? Como amei... Dos seus olhos remir
A dor, que muito outrora havia lhe maculado
A chama, que brilhava aos olhos e o sentir
Que fui, e havia de ser por ti, em ti, muito amado
Queixaste por eu ser deveras racional
Não soubeste tu quão pudera eu ser sensível,
Meu coração, o qual de um menino, o meu mal
Tanto o quanto frágil, isto era-me possível...
Se te amei... Quanto a amei... e eu sei que não sabia
O quanto há ser, por ser, a ferida fatal
Quando a amava, esse amor teu, tanto me remia...
Pois, nenhum coração se mantém só, eu sei
Não há de ser, em ser, tampouco em si total,
O vazio, essa saudade, eu sei, sei que te amei...