Alguém

Alguém que no orbe marcha sozinho

Alguém que na existência não tem sorte

Sou o irmão da imaginação da morte

Sou o mortificado na cova do caminho.

Espectro na bruma fina sou padrinho

No fadário acre, melancólico e forte,

Arrasta ferozmente da vida a morte

Fantasma doente no luto vil e sozinho.

Ser que aquela ingrata deixou e nada vê

Ser que chamam falso sem sequer ser

Ser num pranto sem fim na dor não crê.

Aquele que talvez aquela estéril lê

Aquele que partiu deste orbe sem a ver

Neste padecer na morte secular crê.

HERR DOKTOR

HERR DOKTOR
Enviado por HERR DOKTOR em 25/07/2007
Reeditado em 14/10/2008
Código do texto: T578777
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