Alguém
Alguém que no orbe marcha sozinho
Alguém que na existência não tem sorte
Sou o irmão da imaginação da morte
Sou o mortificado na cova do caminho.
Espectro na bruma fina sou padrinho
No fadário acre, melancólico e forte,
Arrasta ferozmente da vida a morte
Fantasma doente no luto vil e sozinho.
Ser que aquela ingrata deixou e nada vê
Ser que chamam falso sem sequer ser
Ser num pranto sem fim na dor não crê.
Aquele que talvez aquela estéril lê
Aquele que partiu deste orbe sem a ver
Neste padecer na morte secular crê.
HERR DOKTOR