DIR-TE-IA

DIR-TE-IA

Tendo tanto a dizer, eu nada falo

Só te olho sem saber o que fazer...

E, quando balbucio um som qualquer,

Sem que me faça ouvir, eu já me calo.

Às vezes, parecia que d’estalo

Sairia quanto tinha a te dizer,

Mas estacava apenas de te ver,

Como se iluminada por um halo...

Olhos ardósias qual lousa de giz,

Com tão mimosos lábios e o nariz

Compondo a tua face inconfundível.

Dir-te-ia que te quero mais do que antes.

Por desgraça, porém, n’estes instantes

Silencio co’a voz quase inaudível!...

Betim – 08 08 2012