Deserto de nós
Um coração em pó, sem nenhuma eira,
Na beira, o vento fez redemoinho,
Desalinho sentimental sem leira,
Videira não germina; só dá espinho.
E toda a alma é coberta por areia,
Incendeia-se um calor que é mortífero,
Infrutífero querer cruza a veia,
Enleia assim tudo e nada é humífero.
Dunas se cultivam, em solidão,
A vegetação essência é escassez,
Outra vez a ausência da polidez.
Há riqueza ao fundo, além-erosão,
Região não explorada; resistente,
Sente ermo, sem chuva-amor na semente.
#Ordonismo
Uberlândia MG
http://raquelordonesemgotas.blogspot.com.br/