Deserto de nós

Um coração em pó, sem nenhuma eira,

Na beira, o vento fez redemoinho,

Desalinho sentimental sem leira,

Videira não germina; só dá espinho.

E toda a alma é coberta por areia,

Incendeia-se um calor que é mortífero,

Infrutífero querer cruza a veia,

Enleia assim tudo e nada é humífero.

Dunas se cultivam, em solidão,

A vegetação essência é escassez,

Outra vez a ausência da polidez.

Há riqueza ao fundo, além-erosão,

Região não explorada; resistente,

Sente ermo, sem chuva-amor na semente.

#Ordonismo

Uberlândia MG

http://raquelordonesemgotas.blogspot.com.br/

Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 09/10/2016
Código do texto: T5786695
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