Hipersoneto à Rosa
Oh! Rosa muito amada, tu és meu cheiro
Começas quando dentro de mim fulges
O teu olor, um mar! Eu marinheiro,
O qual navega em ti quando em mim urges.
Rosa minha, o teu mar em nós perfuma,
Suas pétalas que orvalham ao me ver,
Assim dizes em verso, e na prosa uma
Vida que o encontro veio então viver.
Mas todo o mar de rosas tem espinhos
Sabem o poeta, o sábio e até o tolo...
Todo o amor é um mapa do caminho,
- Também remédio da alma e o seu consolo -
Ao paraíso, oásis que há no coração...
Se esse mar tem espinhos, vou singrar,
Levado pela estrela azul no peito,
Com coragem, e mesmo se arranhado
Por teus espinhos, há de haver o amar,
Meio a nossa dor, vale ser amado!
Das feridas que vêm junto a paixão,
Tentando não morrer pelo sangrar,
Rosa, inspiras o amor de qualquer jeito!