Eu sou poeta e não qualquer coisa
Se houvesse um amor que eu tivesse
Por uma flor, uma fada, um anjo, não
Existiria o meu amor, porque só há o
Verdadeiro sentimento quando se
Existe enquanto concretude, o coração
É alguém deste mundo, talvez, ao nu
Me ver o leitor, não me entenda poeta
Porque eu amo o inexistente e jamais
Amei a matéria, assim que nesta estética
Se perceba que o humano e os tais
Semelhantes, por assim dizer, não fazem
Diferente, o amor neles é religioso, por
Isso o amor nas pessoas é Deus, jazem
Nas cruzes humanas os amantes, eis minha dor...