Soneto
SONETO
O vento solfeja algumas notas
As árvores dançam em descompasso
Procuro músicas e suas pautas
Tonta, já nem sei mais o que faço
A tarde mansa e suas cores desfeitas
Impele-me ao sono de um regaço
Coloco gorro, manta, casaco e botas
Abro a porta, saio à rua e dou um passo
Volto correndo ao lar tranquilo e calmo
Busco nas entrelinhas da paisagem
Palavras doces a quem amo
E o poema se desfaz como miragem
Ele não está mais aqui, reclamo
E acabo o soneto numa auto-imagem.