UM RIO DE LÁGRIMAS
O meu coração no peito palpita,
Morrendo revivo um amor desfeito,
Junto a um riacho que escoa a desdita,
Entre barrancos, num trilho estreito.
Corre o rio sereno em seu leito
E por vezes um frio vento o agita,
Qual a saudade que fere meu peito,
Aguçando a dor que o coração grita.
Esse riozinho sem destino corre
E pouco a pouco forma um rio grande,
Que nas águas salgadas do mar morre.
O amor traído a mágoa expande,
Dos olhos o pranto na face escorre
E rumo ao fim faz com que eu ande.