O APÓSTATA
O APÓSTATA
Antigamente havia em mim a fé
Que move cordilheiras, continentes...
Nos templos, eu sentia bem presentes
Seus anjos desde o altar à galilé.
Nada me demovia... Ousava até
Partir em missão entre estranhas gentes!
Lutei o bom combate dos valentes
Por uma longa estrada andada a pé.
Um dia percebi estar sozinho
E que me seria assim todo o caminho,
Senão não estaria caminhando.
E então, vendo que a fé movia a mim,
— Não o mundo... — descri de tudo enfim,
Exausto a repetir: — Céus, até quando?
Ubatuba – 02 01 2000