Soneto esperançoso

"Se eu pudesse, meu caro, mas não posso"

nem penso nela me querer um dia

muita bijuteria pro meu pescoço

um osso duro de roer. Como eu queria!

É fantasia, eu? Ah, imagina!

A sina de pobre é loteria.

Espia! Eu ganhar essa mina?

Buzina, me espanta, me desvia

dessa mania doida de querer

sem ver que ela é rica e eu sou pobre,

ela e nobre e nem tenho onde morrer.

Correr? Sou só poeta e meu cobre

é pouco pro seu ouro, mas pro que der

e vier dela o soneto se abre.

Josérobertopalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 05/10/2016
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