Soneto esperançoso
"Se eu pudesse, meu caro, mas não posso"
nem penso nela me querer um dia
muita bijuteria pro meu pescoço
um osso duro de roer. Como eu queria!
É fantasia, eu? Ah, imagina!
A sina de pobre é loteria.
Espia! Eu ganhar essa mina?
Buzina, me espanta, me desvia
dessa mania doida de querer
sem ver que ela é rica e eu sou pobre,
ela e nobre e nem tenho onde morrer.
Correr? Sou só poeta e meu cobre
é pouco pro seu ouro, mas pro que der
e vier dela o soneto se abre.
Josérobertopalácio