Setembro

Em cada nova esquina um olhar para viver,

e uma nova dor para sofrer,

aquela velha ansiedade agridoce,

palpitações como se verão ainda fosse.

Nem tenho mais lugar para voltar,

apenas um horizonte de aquarela para traçar,

ao som de uma sinfonia não escrita,

tocada por uma orquestra infinita.

Vou remando como um marinheiro,

daqueles que não quer mais aportar,

já não me incomoda se é final de janeiro.

Nem quero saber quando o amanhã vai chegar,

apenas desenho um relógio sem ponteiros,

pois assim a noite não vai terminar...