ENLOUQUECIDO

ENLOUQUECIDO

(Carlos Celso Uchôa Cavalcante=04/out./2016)

Quando eu morrer, podem dizer, morreu um louco!

Tentei fugir, durante a vida, da loucura,

Não consegui! Só me escondi da amargura,

Que definhou a minha vida pouco a pouco.

Sofri calado, mas vontade eu senti,

De gritar alto e correr por mundo a fora,

Dizendo o que? Não sei! Só sei que vejo agora,

Ao refletir, que mesmo vivo, eu já morri.

De quem amei tive por troco o abandono,

Acomodei-me e vivi qual cão sem dono,

No calabouço improvisado do meu quarto.

Vivo ansioso pra sair dessa agonia

Nessa tortura sem saber qual é o dia

Que finalmente do meu manicômio parto.

(3o. pág. 45)

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