Escrevendo-te
Enquanto escrevo, tanto te imagino,
E peregrino-te em meu pensamento,
Momento ímpar em frêmito supino,
Libertino querer, meu experimento.
Imagino tanto, enquanto te escrevo,
E se devo não sei, saber não quero,
Um sincero sentir; então me atrevo,
Enlevo de carne, alma, tanto esmero.
Enquanto te imagino, muito escrevo,
O frevo que do meu dentro se abrolha,
Desfolha-me inverno, no verão molha.
Há coisas que imagino; nem te escrevo,
Descrevo-te em linha, me desalinha,
É na entrelinha que a alma te sublinha.
Uberlândia MG
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