ANOITECER

ANOITECER

Quando as cigarras cantam à tardinha

E o arrebol sangra os longes do horizonte

Que a lua, alfange em prata, além desponte,

Se d'ela a estrela d'alva se avizinha!

Deveras, n'aquela hora tão sozinha,

Haja um concerto cá do alto do monte,

No qual a passarada outra vez conte

A bela melopeia que me convinha.

Avesso ao burburinho das cidades,

Encontre eu pelas brenhas alterosas

Lindas soledades, poentes rosas...

De modo que com amplas liberdades,

Minh'alma evada além na serrania

Para eu me despedir de mais um dia.

Betim - 27 09 2013