Soneto do Amor Poético
O poeta ama, por isso suporta
De tão grandes que são seus medos
Elencados no vazio dos desejos
Que mais parece poesia morta.
O poeta ama, por isso transborda
Como julgas ser fruto de meus ensejos
A alegria dos primeiros beijos
Cantado em versos, poesia torta.
O poeta ama, e por isso vive
Pra recordar o amor que tive
Quando criança, alegria triste.
O poeta ama, e por isso morre
De amor escuso, cheiro de alecrim
Fez do poeta um verso sem fim.